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China deixa o vírus para trás com um crescimento de 4,9% no terceiro trimestre

China deixa o vírus para trás com um crescimento de 4,9% no terceiro trimestre

20/10/2020 às 17h57 Atualizada em 20/10/2020 às 20h57
Por: Redação
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Exército de consumidores chineses voltou às ruas
Exército de consumidores chineses voltou às ruas

Gigante asiático consolida sua recuperação após controlar o avanço da pandemia, enquanto as demais grandes economias mundiais se paralisavam.

A recuperação econômica depois da pandemia parece um horizonte muito distante para a maior parte dos países, muitos dos quais ainda enfrentam cifras de contágio em níveis máximos. Mas não é o caso da China, cujo PIB desenha o ansiado V, impulsionado pelo dinamismo de seu mercado e pela capacidade de suas autoridades para manter o vírus sob controle. No terceiro trimestre, a economia do gigante asiático avançou 4,9%, segundo os dados oficiais publicados na manhã desta segunda-feira pelo Escritório Nacional de Estatísticas.

O coronavírus golpeou com dureza a China no primeiro trimestre, causando uma queda de 6,8%, sua primeira contração em quase meio século. A anterior remontava a 1976, em plena Revolução Cultural e depois da morte de Mao Tsé-tung. Já entre abril e junho, o país deixou para trás os números vermelhos, com uma recuperação de 3,2%, cifra que indicava que o pior já tinha ficado para trás, enquanto o resto do mundo afundava numa profunda recessão.

Mas o resultado revelado nesta segunda-feira vai um passo adiante, confirmando com clareza a tendência anterior e colocando o país asiático muito perto do ritmo anterior à pandemia. E, entretanto, alguns analistas esperavam uma recuperação ainda mais rápida: o levantamento da Bloomberg junto a especialistas apontava um salto de 5,5%.

Deste modo, e salvo alguma surpresa, o país fechará o ano em território positivo, em meio à debacle global. O Partido Comunista, porém, recusou-se a estabelecer uma meta de crescimento anual, como costuma fazer durante a reunião anual da Assembleia Popular Nacional ocorrida em maio. Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu para cima suas previsões para o ano, elevando-a a 1,9%. Isto fará da China ― primeiro país a ter casos da covid-19 ― uma das poucas grandes economias mundiais (se não a única) a crescer em 2020. O organismo, por outro lado, prevê -4,3% para os Estados Unidos e -10,3% para a Índia.

Sólida recuperação do consumo - Outros dados que vieram à luz nesta segunda-feira confirmam esta leitura otimista para a China: todos, sem exceção, apontam uma tendência de alta. A produção industrial, um indicador-chave da saúde do tecido produtivo, cresceu 6,9% em setembro, após 5,6% de agosto. O investimento em ativos fixos também aumentou 0,8%. A taxa de desemprego ― embora seja pouco representativa da realidade trabalhista, por não contabilizar um grande número de trabalhadores migrantes ― caiu ainda mais e chegou a 5,4%, depois de alcançar o teto de 6,2% em fevereiro.

Um dos resultados mais positivos foi o das vendas do varejo, que subiram 3,3% em setembro. O consumo fortalece assim sua evolução após registrar em agosto seu primeiro crescimento do ano, de 0,5%. Este indicador é crucial para a reativação econômica após a parada do começo do ano. Desde então, o controle do vírus permitiu retomar atividade com leves restrições. As escolas iniciaram o ano letivo com normalidade, as fábricas operam a pleno vapor, e os shoppings estão lotados de clientes ― uma realidade confirmada pelas cifras publicadas nesta segunda-feira.

“A recuperação da China se viu apoiada por uma política monetária e fiscal acomodatícia, assim como uma bem-sucedida estratégia de contenção do vírus que facilitou uma sólida retomada tanto da demanda doméstica como das exportações”, disse a consultoria Eurasia em nota. Os dados alfandegários publicados na semana passada indicavam que as exportações mantiveram seu avanço, crescendo 13,2% em setembro e alcançando um montante histórico de 203 bilhões de dólares (1,15 trilhão de reais). Em abril, o gigante asiático somou quase uma quinta parte das exportações globais.

Esta tendência, porém, poderia ser atenuada pela valorização da moeda nacional, o yuan, que recentemente registrou sua maior valorização em 15 anos: hoje, bastam 6,70 unidades da divisa chinesa para adquirir um dólar, quando em maio eram 7,20. Consciente disso, o banco central interveio na semana passada para frear sua escalada. Se o consumo reagir do mesmo modo que as exportações, a economia chinesa poderia manter a boa marcha a ponto de recuperar parte do terreno perdido. O FMI já acredita que o gigante asiático crescerá mais de 8% em 2021.

 

Fonte: El País | Internacional

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