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Maternidade de Alagoinhas utiliza polvos de crochê como iniciativa para a recuperação de bebês prematuros

Maternidade de Alagoinhas utiliza polvos de crochê como iniciativa para a recuperação de bebês prematuros

04/12/2018 às 21h43 Atualizada em 05/12/2018 às 00h43
Por: Redação
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Foto: Reprodução
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A iniciativa que surgiu em 2013, na Dinamarca, para a recuperação de bebês prematuros, acaba de ser implantada em Alagoinhas, no interior baiano. Com polvos de crochê feitos em fios 100% algodão, o Hospital Maternidade Doutor João Carlos Meireles Paolilo pretende agregar uma nova forma de cuidado para bebês dentro da incubadora.

Os “polvos do amor” que, segundo especialistas, contribuem para os bebês se sentirem mais seguros, começaram a ser utilizados no “Projeto Octo”, quando voluntários do “Spruttegruppen” costuraram polvos de crochê para unidades de tratamento intensivo neonatais do país nórdico.

Desde então, o projeto tem sido reproduzido na Suécia, na Noruega, na Islândia, na Alemanha, Bélgica, França, Itália, Austrália, Holanda, Croácia, Portugal e Estados Unidos. No Brasil, a ONG Prematuridade – Associação Brasileira da Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros iniciou a corrente “Um Polvo de Amor” e os bonecos viralizaram em maternidades não só de Porto Alegre, mas de Brasília, do Rio de Janeiro, de São Paulo e Curitiba.

O Hospital Universitário Aarhus, da Dinamarca, que foi o primeiro a adotar a experiência com polvos de algodão, informou que foi possível identificar melhorias na respiração, no sistema cardíaco e também no nível de oxigênio do sangue dos bebês e o Poole Hospital, do Reino Unido, relatou que o método tem sido associado a melhorias de saúde e bem estar na UTI neonatal.

Em Alagoinhas, na Bahia, os polvos – que foram confeccionados pela diretora do Hospital Maternidade, Monalisa de Lima Oliveira, e por sua mãe – já estão sendo incorporados ao trabalho dos profissionais de saúde. “A iniciativa foi implementada esta semana e a intenção é que contribua com melhorias à saúde dos recém-nascidos. A ideia é que a cabeça do polvo faça o papel de bexiga da mãe e os tentáculos reajam como o cordão umbilical, para que o bebê se sinta em um ambiente intra-uterino, melhorando os sinais vitais e favorecendo a recuperação”, destacou Monalisa Oliveira.

Os bonecos de crochê são esterilizados semanalmente, ao ciclo de 5 a 7 dias, e, embora evidências científicas dos benefícios dos polvos de crochê para bebês prematuros não tenham sido comprovados cientificamente, relatos de profissionais da saúde apontam efeitos positivos gerados com a iniciativa.

“O uso dos polvos não diminui a importância de técnicas ou estratégias preconizadas pelo Ministério da Saúde, como o método canguru, o aleitamento materno e o acompanhamento direto dos pais na UTI. Os polvos só vêm pra agregar na saúde dos pequenos”, enfatizou a diretora da Maternidade de Alagoinhas.

Nascido em 13 de novembro, com 30 semanas, Leandersson Ricardo, de Alagoinhas, está experimentando a nova companhia na incubadora. “Ele está em ganho ponderal de peso e apresentou melhoras no quadro respiratório. A mãe, Ana Cláudia Silva, está encantada”, revelou Monalisa Oliveira.

A previsão é de que, com o aval dos pais, outros recém-nascidos também possam contar com a companhia dos polvos de crochê em Alagoinhas. A mãe de Leandersson Ricardo deve ir para casa com o bebê quando o filho atingir em média 2kg e for avaliado com alta médica.

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