Ministro da Fazenda no governo Michel Temer, o economista Henrique Meirelles estima retração de 3% no PIB do Brasil em 2020, em razão da crise sanitária por causa do novo coronavírus. Durante live realizada pelo banco BTG e a revista Exame, nesta quarta-feira (25), Meirelles explicou que considera a perspectiva de infectologistas quando à duração da pandemia.
Especialistas estimam que a crise deverá se prolongar por até quatro meses. Com medidas restritivas à circulação de pessoas, Meirelles ainda avalia que o PIB deve cair cerca de 10% no segundo trimestre.
“Temos em seguida um processo de recuperação baseado na estimativa dos infectologistas sobre a duração da crise. Se a crise estiver no seu período final ao redor de julho, teríamos um processo de recuperação [na sequência], com uma média do PIB para o fim do ano de 3% negativos”, disse o ex-ministro, de acordo com a Folha de S.Paulo.
O impacto econômico tem sido a preocupação do governo federal em meio à pandemia. Na última terça-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro fez pronunciamento em cadeia nacional orientando as pessoas a voltarem à rotina normal, contrariando todas as recomendações de especialistas e da Organização Mundial da Saúde.
Sobre isso, Meirelles criticou a postura do presidente, a quem caberia “preservar vidas”. A recuperação da economia, segundo o ex-ministro, viria depois.
“O presidente optou por entrar numa chamada crise de negação, efeito psicológico em que o paciente, o doente, recusa-se a ver o que está acontecendo, a enxergar a realidade por alguma conveniência de cunho pessoal”, comentou, de acordo com a Folha de S.Paulo.
Na avaliação do também ex-presidente do Banco Central, os governos estaduais devem seguir as orientações da OMS para combater a crise, e adotar medidas anticíclicas para mitigar os efeitos econômicos da pandemia. Entre elas, a saída do teto de gastos.
Atualmente, Meirelles é secretário da Fazenda e Planejamento de São Paulo, estado que concentra maior número de infectados pelo novo coronavírus. A estimativa é que a arrecadação caia 10% neste ano.
Fonte bahia.ba
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