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O uso de plantas medicinais nos tratamentos de saúde

O uso de plantas medicinais nos tratamentos de saúde

20/08/2019 às 20h36 Atualizada em 20/08/2019 às 23h36
Por: Redação
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Foto: Reprodução
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Iniciativa pioneira oferece Curso de Extensão em Naturoterapia para agentes de saúde e representantes de comunidades quilombolas.

Tendo como pilares o bem-estar, a saúde e o desenvolvimento local no fomento à cadeia produtiva das plantas medicinais, a Bracell, em parceria com o município, iniciou as atividades do curso que oferece, a agentes comunitários, profissionais da rede municipal de saúde, representantes de comunidades quilombolas e de assentamentos, um curso de extensão em Naturoterapia.

O curso, que faz da natureza ponto de partida para o equilíbrio das funções orgânicas do ser humano e apresenta métodos de tratamento milenares, pautados em técnicas terapêuticas naturais, envolve o conhecimento das plantas e fitoterápicos, as espécies medicinais nativas e adaptadas, o direcionamento das plantas para enfermidades, o conhecimento das práticas integrativas e complementares do SUS e o desenvolvimento de fórmulas com base em plantas medicinais.

E, embora seja pioneiro na proposta, o projeto tem suas raízes na aplicação prática da Farmácia Verde, que desde 2016 desenvolve, junto às comunidades do Cangula, em Alagoinhas, e em Gamba, Entre Rios, intervenções com a produção de tônicos, tinturas e produtos com extratos naturais.

O intuito agora, segundo a Bracell, é trazer a formação e habilitar profissionais qualificados para atuar não apenas no mercado autônomo, mas também nos órgãos públicos de saúde.

“Sentimos a necessidade de uma especialização para que essas pessoas pudessem estar desenvolvendo a atividade. No município, já existe a Lei n° 1989/09, que dispõe sobre o reconhecimento, a regulamentação e o enquadramento do exercício dessas práticas integrativas. Estamos formando agora 33 profissionais até 2020. Acreditamos que esse projeto será um grande marco não só em Alagoinhas, mas em todo o estado da Bahia. Temos essa experiência em Minas Gerais, no Sul, Paraná, Porto Alegre, Fortaleza”, salientou a consultora Claudete Lelis, da Bracell.

O curso, que totaliza 680 horas, distribuídas entre módulos básico, específico, prática e avaliação teórico-prática, é ministrado durante 6 encontros por mês, com 8 horas aula por dia durante 1 ano e meio e inclui noções de anatomia humana, fisiologia, fitoterapia, suplementos nutricionais, floralterapia e oligoterapia, entre outros conhecimentos.

Segundo a fisioterapeuta Caliane Oliveira dos Santos, que ministra as aulas de massoterapia, o que se ensina, no curso, são formas de utilizar o que a natureza fornece na promoção do cuidado. “Eles [os formandos da turma] não serão médicos naturopatas, eles serão naturoterapeutas que trabalham tanto na questão alimentar quanto no atendimento com manobras de massagem. Isso sempre buscando o máximo do natural, esquecendo um pouquinho dos medicamentos”, pontuou.

Para o médico naturopata Carlos Luís da Paixão, que compõe o corpo técnico de professores, no curso de extensão, “é preciso que os municípios, de uma forma geral, preparem seus médicos, seus enfermeiros”, porque – pontua ele – “as práticas integrativas complementares têm muito a oferecer à saúde pública”.

Desde 2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do SUS dispõe sobre o uso de plantas medicinais e fitoterápicas nos tratamentos de saúde. Em 2017, 14 práticas, incluindo a naturoterapia, a quiropraxia, a biodança e a musicoterapia foram incluídas nas modalidades integrativas de saúde pública e, mais recentemente, em 2018, somaram-se à lista a apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de florais.

Em Alagoinhas, no interior baiano, a Secretaria Municipal de Saúde viu no curso de extensão uma forma de interligar propostas e de se resgatar essas práticas integrativas. “Entrei no curso com o intuito de planejar e implantar junto aos ACS as ações na comunidade. A Atenção Básica é fundamentada na promoção e na prevenção. Através do curso, esses profissionais, que estão em contato direto e diário com a comunidade, terão fundamentos para orientar as famílias quanto à relação entre medicina alternativa e qualidade de vida”, ressaltou a diretora da Atenção Básica, Eliana Ferreira, que também participa da formação.

Para a secretária municipal de saúde, Rosania Rabelo, a união de esforços coletivos, em saúde, é essencial e traz reflexos efetivos para os usuários. Segundo ela, a equipe que compõe a rede municipal precisa estar apta para acolher, orientar, e a formação chega como uma forma importante de dar os respaldos teórico-metodológicos para que esses profissionais saibam direcionar procedimentos terapêuticos dessas modalidades.

“A planta que salva, dependendo da dosagem, por exemplo, também pode matar. Então capacitar os agentes, que são os profissionais que acolhem nossos pacientes e estão na base da nossa Atenção Primária, é fundamental. A naturopatia é uma realidade na medicina e as práticas integrativas têm sido procuradas, cada vez mais, quando se fala em bem-estar e qualidade de vida. Em se tratando da realidade local, especificamente, a tradição das plantas medicinais é muito forte. Então estar preparado, enquanto profissional da saúde, para entender os princípios ativos dessas plantas, compreender a história sob as quais se subscrevem os fitoterápicos e as formas de manipulação significa oferecer um atendimento qualificado para o nosso usuário, que é o nosso foco”, destacou.

A especialista em Responsabilidade Social da Bracell, Eliete Maria Luiza, enfatizou que a intenção é justamente capacitar para que a iniciativa seja revertida em reflexos positivos para as comunidades rurais. “A gente quer melhorar a qualidade de vida dessas comunidades. Quem mora nos grandes centros urbanos está tentando fazer esse caminho inverso, então por que não fazer esse movimento com quem já está ali, já pertence e já tem ali os recursos necessários para usufruir?”, questionou.

No total, 14 agentes de saúde do município e 16 representantes de comunidades participam da 1ª turma do curso de extensão, que teve as aulas iniciadas na última sexta-feira. A qualificação é oferecida gratuitamente aos participantes, que devem ter o mínimo de 75% de frequência e atingir a nota 7 em todas as disciplinas para a aprovação final.

A Bracell informou que priorizou, na formação da 1ª turma, os agentes de saúde da zona rural e representantes de comunidades quilombolas e assentamentos. Todos os aprovados contarão com certificação emitida pelo Instituto de Ciências e Naturopatia da Bahia.

Visando à ampliação e ao fortalecimento dessas práticas, no âmbito municipal, a Secretaria de Saúde (SESAU) comunicou que também cadastrou, em parceria com a Farmácia Verde e com a associação local, uma proposta junto ao Ministério da Saúde, que abriu um edital para municípios com interesse no credenciamento para implementação de serviços com esse cunho. A proposta de Alagoinhas tem como objetivo capacitar a mão de obra local no que diz respeito à ampliação de ações e serviços da Farmácia que existe na comunidade quilombola do Cangula, com a estruturação e consolidação de assistência farmacêutica em plantas medicinais e fitoterápicos.

 

Fonte: Secom/Alagoinhas

 

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