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Onda de fusões e aquisições na saúde privada, que deve se intensificar em 2022

Onda de fusões e aquisições na saúde privada, que deve se intensificar em 2022

20/01/2022 às 07h56 Atualizada em 20/01/2022 às 10h56
Por: Redação
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A intenção do grupo americano UnitedHealth de deixar o Brasil ocorre no momento em que o setor de saúde se prepara para aumentar o número de fusões e aquisições e que há um avanço das empresas brasileiras.

Segundo análise da consultoria KPMG, apesar do cenário de instabilidade política e econômica, o volume de negócios no segmento ao longo de 2022 deve ultrapassar o total registrado nos dois últimos anos. Em 2021, até o terceiro trimestre, foram 46 operações, enquanto no ano de 2020 foram 55. A expectativa é atingir o volume da pré-pandemia, quando foram registradas 87 transações em 2019.

Segundo Natasha Ayres, consultora sênior de Serviços e Soluções Globais na Willis Towers Watson, o setor de saúde movimentou cerca de R$ 15 bilhões em fusões e aquisições em 2021 no Brasil: De uma maneira geral, o que se espera é que o volume de transações de 2022 se iguale ou exceda o de 2021, que já foi muito expressivo. Existem preocupações com o cenário macroeconômico desfavorável e instabilidade política, que tem afetado o mercado de ações. Mas não acredito que esses receios impactem significativamente os planos de expansão de empresas do setor.

Leonardo Giusti, socio-líder de infraestrutura, governo e saúde da KPMG, destaca que o setor vem buscando cada vez mais escala e redução de custos com ações de prevenção e redução e fraudes.

Para Renato Pereira, sócio da área de fusões e aquisições da KPMG, a pandemia e a busca por rentabilidade e escala vão acelerar consolidação. Ele vislumbra uma onda de consolidação de hospitais, com o movimento iniciando de grandes para pequenas cidades.

De acordo com dados da ANS, compilados em um estudo do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade), divulgado pelo “Valor”, o número de operadoras no Brasil caiu 47% entre 2011 e 2020, quando somavam 711. Na avaliação de Pereira, no entanto, o número é alto se comparado com as 340 empresas que atuam no setor nos EUA.

A pandemia trouxe desafio extra para empresas do setor. Assim, quem estava ruim, piorou. Por isso, algumas regiões vão passar por uma consolidação. O Brasil é um mercado para aquisições, que será movido por grupos nacionais.

Especialistas concordam e apontam como indicativo a capitalização de empresas brasileiras na Bolsa, como Rede Dor, Dasa e SulAmérica. Esse movimento mostraria a força do setor no país, que representa nada menos que 9% do PIB.

A complexidade desses negócios deve aumentar, dizem, citando a fusão envolvendo NotreDame Intermédica, que tem recursos de empresa estrangeira, e Hapvida, em análise no Cade, órgão de defesa da concorrência.

Esse movimento de concentração, no entanto, afirmam os especialistas, ainda não traz prejuízos ao consumidor. Até aqui, as empresas que fizeram esse movimento, em sua maioria, buscam praticar preços mais baixos e aumentar sua base de clientes.

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