Plano de retomada das empresas: participação dos colaboradores na estruturação é fundamental para modelos que atendem às novas realidades

Pesquisa aponta que trabalhadores estão interessados em modelos de trabalho mais flexíveis, permitindo equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional.

A ampliação do número de pessoas vacinadas no Brasil está permitindo que as empresas comecem a projetar o retorno dos seus funcionários ao trabalho presencial. Contudo, independentemente se o modelo adotado pelos gestores será o de uma volta total, com a totalidade dos empregados atuando nos escritórios, ou um formato híbrido, incluindo alguns dias de home office, o período de pandemia trouxe para a rotina laboral questões que precisarão ser consideradas neste momento de retomada.

Uma pesquisa global realizada pelo ADP Research Institute com 32 mil trabalhadores (tanto tradicionais quanto freelancers), em 17 países, e divulgada recentemente, mostrou, por exemplo, que cerca de quatro em cada dez (40%) trabalhadores latino-americanos afirmaram que seus gerentes lhes permitiram mais flexibilidade em termos de como fazer seu trabalho no último ano.

Segundo Mariane Guerra, vice-presidente de Recursos Humanos da ADP na América Latina, questões relacionadas aos cuidados com a saúde mental e segurança dos trabalhadores estão, de forma acertada, no topo da lista de prioridades dos gestores.

“Esses dois fatores são realmente os mais importantes e devem ser tratados como prioridade; contudo, esse momento atípico que experimentamos no último ano trouxe realidades que exigirão elevada capacidade de negociação e disrupção das empresas. Isso porque é inegável que a forma de trabalho mudou e, sem dúvida, os trabalhadores vão optar por aquilo que julgarem mais interessante para uma melhor qualidade de vida”, comenta.

O estudo da ADP mostrou que até mesmo entre os trabalhadores brasileiros cresceu o interesse pelo modelo de trabalho freelancer, com 23% dos entrevistados indicando que escolheriam essa forma de emprego se pudessem optar, ante 18% dos ouvidos no levantamento anterior.

“Esse dado nos mostra que as pessoas, na verdade, estão interessadas em ter mais tempo para realizar atividades prazerosas. E, como os empregos tradicionais nas empresas estão associados a uma jornada laboral predefinida, é natural que os trabalhadores imaginem que só encontrarão isso se optarem por um emprego freelancer”, pontua Mariane.

A executiva salienta que essa busca por equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional é um ponto relacionado diretamente à saúde mental dos trabalhadores, pois pessoas que conseguem equilibrar de forma adequada a rotina laboral e as atividades consideradas mais prazerosas estão menos propensas a ser acometidas por problemas como estresse e ansiedade.

Por esse motivo, Mariane destaca que, na estruturação do plano de retomada, é muito importante os gestores estarem abertos para ouvir as sugestões dos colaboradores e, também, para estabelecer novas formas de trabalho.

“Nesse momento de pandemia que atravessamos, ficou evidente que é, sim,  possível, os funcionários manterem a produtividade e qualidade de suas tarefas mesmo não estando fisicamente nas empresas e com horários mais flexíveis”, diz a executiva.

“Assim, para evitar a perda de capital humano e manter um ambiente laboral saudável, onde os colaboradores se sintam felizes e motivados, os gestores precisam entender que o último ano foi um ponto de ruptura e novos formatos precisarão ser estabelecidos para atender a essa nova realidade”, finaliza.

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Fonte: RPMA Comunicação