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Sem vacina definida, governo planeja estratégia de imunização contra Covid-19

Sem vacina definida, governo planeja estratégia de imunização contra Covid-19

01/12/2020 às 13h10 Atualizada em 01/12/2020 às 16h10
Por: Redação
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Nesta terça-feira, um grupo de trabalho se reúne para discutir critérios, como as responsabilidades dos municípios, estados e da União.

Sob a tensão do aumento de casos de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o Ministério da Saúde busca arquitetar um plano de imunização contra a doença. Inicialmente, o governo descarta uma vacinação em massa da população em 2021. Dessa forma, a meta idealizada pela pasta é de imunizar cerca de 80 milhões de indivíduos.

A vacinação focará em grupos de risco para a doença. Segundo técnicos da pasta, o planejamento não prevê a imunização de todas as faixas etárias. O ministério entende que não haverá vacina para proteger toda a população.

OS SEGMENTOS COM MAIORES RISCOS DE EVOLUIR PARA UM QUADRO GRAVE SERÃO PRIORIZADOS. NESTE UNIVERSO ESTÃO PESSOAS IDOSAS E COM COMORBIDADES, POR EXEMPLO. TRABALHADORES DA SAÚDE TAMBÉM SERÃO VACINADOS ANTES.

No entanto, enquanto países como Estados Unidos e a Inglaterra anunciam que suas populações receberão as primeiras doses do imunizante contra a Covid-19 já nas próximas semanas, o governo brasileiro tenta montar o calendário de vacinação sem saber quais serão as vacinas disponíveis para serem aplicadas.

Os países mais ricos do mundo apostaram em uma carteira variada de vacinas, fazendo reservas antecipadas dos imunizantes quando eles ainda estavam em desenvolvimento. O Brasil, por sua vez, concentrou suas apostas na iniciativa de Oxford e, agora, tenta planejar cenários sem saber ao certo os imunizantes que serão disponibilizados primeiro.

Na última semana, os resultados dos ensaios clínicos de Oxford foram questionados e o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, admitiu que será necessária uma complementação nos testes de eficácia. O contratempo trouxe incertezas para o calendário nacional.

As principais vacinas em desenvolvimento no Brasil são a da Universidade de Oxford e do laboratório AstraZeneca e a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac.

Logística de distribuição - Apesar da indefinição sobre as vacinas, nesta terça-feira (1º/12) um grupo de trabalho organizado para o plano se reúne com o objetivo de discutir alguns critérios, como as responsabilidades dos municípios e estados, e de como isso será organizado pela União.

Sabe-se que as doses serão enviadas aos estados, os quais farão a logística de distribuição nas cidades. A distribuição será absorvida pela rede de frio nacional, no formato de campanha.

O governo analisa diferentes cenários. A decisão levará em conta as vacinas candidatas. Mas existe a dificuldade em definir uma estratégia sem saber qual será o imunizante usado, as necessidades de armazenamento e quantas doses serão necessárias.

A maior parte das vacinas usadas na rotina fica armazenada em temperaturas que variam de 2ºC a 8ºC. Manter vacinas armazenadas abaixo de -70ºC, como é a exigência do produto desenvolvido pela Pfizer, é uma situação difícil até para países desenvolvidos.

Atualmente, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avalia quatro pedidos de registro de possíveis vacinas. O órgão tem até 20 dias para analisar os documentos.

A INTHTTPS://WWW.METROPOLES.COM/BRASIL/POLITICA-BRASIL/SAUDE-PREVE-OFERECER-300-MILHOES-DE-DOSES-DE-VACINA-CONTRA-COVID-19-EM-2021ENSÃO DO GOVERNO É COMEÇAR A VACINAÇÃO AINDA NO PRIMEIRO TRIMESTRE DO PRÓXIMO ANO. “COMEÇAR A CAMPANHA DEPENDERÁ DA COMPRA DAS DOSES, DA DISTRIBUIÇÃO AOS ESTADOS E A ORGANIZAÇÃO DA REDE”, EXPLICA UM TÉCNICO QUE PARTICIPA DAS DISCUSSÕES NO MINISTÉRIO DA SAÚDE.

Ao todo, o governo brasileiro pretende oferecer, ainda no primeiro semestre de 2021, cerca de 142 milhões de doses das vacinas contra o novo coronavírus. Esse é o número dos primeiros acordos firmados até agora – um com a Oxford/Astrazeneca e outro com a Covax Facility. Até o fim do próximo ano, no entanto, o montante deve chegar a 300 milhões de imunizações.

“Seguir os trâmites” - Segundo o Ministério da Saúde, o governo irá imunizar, “tão logo uma vacina segura seja disponibilizada”, os grupos com maior risco de desenvolver complicações e óbitos pela doença e as populações mais expostas ao vírus.

“O país, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), conta com grande expertise na realização de campanhas de vacinação e esse conhecimento, inclusive na logística, será utilizado na vacinação contra a Covid-19 – que seguirá os trâmites já realizados nas campanhas de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS)”, defende a pasta, em nota.

Segundo o Ministério da Saúde, a estratégia de imunização é construída com a ajuda da Anvisa, do Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INCQS), da Fiocruz, do Instituto Butantan, do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), sociedades médicas, conselhos federais da área da saúde, Médicos Sem Fronteiras e integrantes dos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (Conass e Conasems).

Baixas temperaturas - Na Inglaterra e nos Estados Unidos, serão aplicadas doses da vacina Pfizer/BionTech, que já pediu autorização emergencial nas agências reguladoras dos dois países. Nesta semana, a gigante farmacêutica, primeira a anunciar resultados da fase 3, também iniciou o processo de registro no Brasil. A dificuldade, entretanto, é garantir a logística necessária, pois a tecnologia empregada no imunizante exige temperaturas baixíssimas.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que pretende assinar cartas de intenção não-vinculantes com outras empresas para permitir a aquisição de vacinas, mas reforçou que os contratos de compra somente poderão ser assinados após registro na Anvisa, autorização regulatória e devida incorporação ao SUS.

 

Fonte: Times Brasília

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