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Senado aprova nome de ex-chanceler de Dilma para a embaixada no Egito

Senado aprova nome de ex-chanceler de Dilma para a embaixada no Egito

04/10/2019 às 11h03 Atualizada em 04/10/2019 às 14h03
Por: Redação
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Foto: Reprodução
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Na sabatina, o diplomata Antonio Patriota disse apostar em uma agenda construtiva com a comunidade árabe.

Ex-ministro das Relações Exteriores na gestão de Dilma Rousseff, o diplomata Antonio de Aguiar Patriota recebeu o aval do Senado , nesta quarta-feira, para exercer o cargo de embaixador do Brasil na República Árabe do Egito e, cumulativamente, no Estado da Eritreia.

Patriota foi indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro, e teve seu nome encaminhado para apreciação do Senado Federal. A indicação consta em publicação do Diário Oficial da União (DOU) de 23 de abril. A aprovação do nome de Patriota como embaixador do Brasil no Egito é vista de formas diferentes no Itamaraty. Alguns dizem que a escolha do ex-ministro de Dilma Rousseff para o Cairo não foi nada desprezível, uma vez que o pior cenário seria ele se juntar ao grupo de embaixadores que voltaram a Brasília e estão sem função. Outros, porém, afirmam que houve um retrocesso na carreira do ex- chanceler.

— É claro que é melhor do que ficar sem função, mas ficar sem função seria e é um absurdo, algo que não deveria ocorrer, já que são pessoas preparadas, experientes e em plenas condições de trabalhar e seguir dando contribuição — disse um experiente diplomata.

Segundo essa fonte, o Egito é um "downgrade", ou rebaixamento, em uma tradução livre do inglês. Isto porque Patriota foi embaixador em Washington, nas Nações Unidas e em Roma. Também foi secretário-geral do Itamaraty e ministro de Estado. Ele foi chanceler de 2011 a agosto de 2013, quando deixou o cargo depois do episódio envolvendo a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil.

Sabatina - Sabatinado por mais de uma hora  na Comissão de Relações Exteriores do Senado, na manhã desta quarta-feira, Patriota demonstrou tranquilidade ao responder às perguntas dos parlamentares. Ao fim da sessão, seu nome foi aprovado por unanimidade para assumir o cargo de embaixador no Egito. Durante os questionamentos, recebeu elogios da maior parte dos parlamentares.

Uma das principais dúvidas levantadas pelos senadores, no entanto, era sobre como vai ficar a relação do Brasil com países árabes, e especialmente com a Palestina, após a instalação do escritório diplomático brasileiro em Jerusalém pelo atual governo. Patriota classificou o assunto como "extremamente sensível", mas disse que a ideia do estabelecimento do escritório em Jerusalém "já foi absolvida como uma questão que não gerará problemas adicionais".

O diplomata lembrou que um "fato desagradável", ocorrido antes mesmo de Bolsonaro tomar posse, foi o cancelamento da visita do então ministro Aloysio Nunes ao Egito, após o então presidente eleito admitir que pretendia transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Na época, a informação oficial repassada pela Chancelaria egípcia é que a viagem precisaria ser adiada por problemas de agenda das autoridades do país.

— Foi um desconforto bilateral.

Ainda sobre a comunidade árabe, Patriota disse que vai apostar em uma agenda mais construtiva possível na esfera política e comercial.

— Espero que a sensibilidade do tema seja um fator levado em consideração.

 

Fonte: O Globo

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