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Usuários vão ao Twitter acusar plataforma de 'apoiar fake news'; entenda os motivos da mobilização

Usuários vão ao Twitter acusar plataforma de 'apoiar fake news'; entenda os motivos da mobilização

06/01/2022 às 08h19 Atualizada em 06/01/2022 às 11h19
Por: Redação
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O Twitter virou tema de discussão no próprio Twitter nesta quarta-feira. A plataforma foi parar no primeiro lugar entre os assuntos mais comentados do Brasil com a hashtag "#TwitterApoiaFakeNews", que soma mais de 30 mil menções. O objetivo da campanha, impulsionada por perfis como o Sleeping Giants Brasil, é pressionar a rede social a agir, segundo os críticos, de forma mais rígida contra a desinformação, principalmente em relação à pandemia de Covid-19.

Nas postagens, os usuários destacam o fato de o Twitter ainda não oferecer no Brasil a possibilidade de denunciar publicações com mensagens falsas sobre a Covid-19, como ocorre em outros países, entre eles os Estados Unidos, onde está disponível há seis meses. A campanha também questiona a verificação de contas bolsonaristas que espalham conteúdos enganosos sobre a vacinação contra a doença, inclusive de investigados por fake news no Supremo Tribunal Federal (STF).

O Twitter esclareceu, em nota, que está testando, por enquanto nos EUA, Coreia do Sul e Austrália, a possibilidade de as pessoas denunciarem conteúdos que estejam potencialmente em violação de suas regras sobre informações enganosas relacionadas a Covid-19. "A ampliação do teste e eventual implementação da ferramenta dependerá dos resultados aferidos", informou.

Um dos casos citados é o da blogueira bolsonarista Bárbara Destefani, que recentemente recebeu selo de verificação da plataforma. O perfil de Bárbara foi apontado pelo ministro Alexandre de Moraes como parte de um mecanismo de criação e divulgação de notícias falsas contra instituições, como o Supremo Tribunal Federal (STF).

Em setembro do ano passado, a conta também foi alvo de uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a pedido da Polícia Federal, que determinou a desmonetização de perfis ligados a 11 influenciadores digitais, três veículos de mídia (Terça Livre, Folha Política e Jornal da Cidade Online) e um movimento político (Nas Ruas) apoiadores do presidente, acusados de propagar mensagens falsas sobre o processo eleitoral. Em nota, o Twitter afirmou que não comenta verificações caso a caso.

Em nota, o Twitter destacou que selo azul tem por objetivo "confirmar a autenticidade de uma conta, ou seja, dar às pessoas na plataforma a certeza de que quem está por trás de perfis de alto alcance e engajamento é mesmo quem diz ser".

A plataforma também enfatizou que sua política de informações enganosas sobre Covid-19 é global e "vem sendo implementada inclusive no Brasil desde a sua publicação em março de 2020, com base no processo de detecção proativa de potenciais violações que engloba equipes internas e parceiros externos".

Usuários também resgataram publicações antigas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, como o jornalista Guilherme Fiuza, sinalizadas em diversas ocasiões como eganosas pelo Twitter e questionam o fato de não terem sido removidas e de os perfis não terem sido banidos, a exemplo do que aconteceu, nos EUA, com a conta pessoal da congressista republicana da Geórgia Marjorie Taylor Greene por “por repetidas violações" à política de desinformação sobre a Covid-19.

Sobre os questionamentos, o Twitter afirmou que tem "medidas que vão desde a marcação de tweets até a suspensão permanente de contas" e que "isso varia de acordo com o histórico e a gravidade das violações, entre outros fatores, conforme descrito na política".

Após o início da campanha, ao menos uma conta, identificada como @Hays88Smith, foi suspensa pelo Twitter. O perfil fez uma postagem no dia 3 de janeiro com conteúdo anti-vacina. Um print da publicação foi compartilhado junto com cobranças de proviências da rede social por adeptos da hashtag com críticas ao Twitter.

Em 2020, o Twitter atualizou sua política para incluir alegações falsas sobre vacinas e outros temas relacionados à pandemia entre os conteúdos não permitidos ou que passariam a receber um selo com indicação de mensagem inverídica. Em março de 2021, a rede anunciou que passaria a desativar a conta que desrespeitar cinco vezes as regras de desinformação sobre Covid-19. Publicações relacionadas à pandemia feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, pelo Ministério da Saúde e deputados federais Carla Zambelli (PSL-SP) e Daniel Silveira (PSL-RJ) já foram sinalizadas como enganosas pelo Twitter.

Marlen Couto - O Globo

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